Um belo domingo você está com o prato na mão em frente a TV assistindo um programa de esporte e começa uma reportagem sobre o Haiti. E de repente a sua comida já não tem gosto e os seus problemas já não significam nada diante as imagens de crianças comendo biscoitos feitos de terra, água, farinha e sal para se manterem vivas. E o pior ainda é saber que só tem direito a mistura aquelas crianças consideradas sadias, pois o destino dos mais debilitados cedo ou tarde será mesmo a morte. Na escassez extrema vale mais alimentar os que ainda tem uma chance de sobrevivência.
Marcados pela miséria e por um passado recente de guerra e violência os haitianos ainda acham motivos para sorrir. Em uma reportagem de extrema sensibilidade o jornalista Régis Rosing mostrou no Esporte Espetacular como o futebol tem ajudado a manter a paz entre antigos grupos rivais. As armas foram substituídas pela bola e a hostilidade pelos apertos de mão. A mudança de comportamento pode não ser a solução para o país mais pobre da América Latina, mas é a esperança de um futuro melhor e muito mais humano.
Tenho que agradecer ao Régis pelo presente nesse domingo, pois essa reportagem me fez lembrar porque um dia eu decidi estudar jornalismo. E mesmo que não siga esse caminho aprendi a respeitar e admirar trabalhos como esse. Trabalhos que vão além da denúncia, tocam o coração das pessoas e nos fazem ver a vida por um ângulo diferente.
E se você parou pra ler esse post pense duas vezes antes de desperdiçar comida e gastar o seu rico dinheirinho em futilidades. Você não tem culpa do que acontece no Haiti e nem tem poder para mudar a situação naquele país mas tem o direito de escolher não colocar uma venda nos olhos e tentar fazer as coisas de um jeito diferente. Pequenas ações e a forma como você encara a vida podem fazer uma grande diferença.
Tenham uma ótima semana!