quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O pôr-do-sol me contou

Quem dera todos os dias terminassem assim, ao sabor priveligiado de estar sentada em qualquer lugar onde não haja quatro paredes a bloquear a beleza de um pôr-do-sol. Sinto-me hipnotizada pelo degrade de cores quentes que tomam conta do horizonte. Quem dera eu tivesse o dom das tintas, seria minuciosa a tarefa de registrar nas telas o momento em que o sol se despede do lado de cá para renascer impetuoso do lado de lá.

Já vi o sol se pôr com o mesmo prazer e fixação de quem assiste ao filme predileto sem jamais enjoar. A diferença é que o espetáculo se renova a cada dia e mesmo que o cenário seja o mesmo, ainda assim os efeitos de cor, luz e sensação serão sempre especiais.

Em lugares diferentes, por ângulos diversos já vi o sol beijar o horizonte num despedir manso e faceiro. Mas hoje, num dia pra lá de comum, o colorido entardecer me fez perceber o quanto amo esse lugar. Estou novamente apaixonada pelo lugar em que vim ao mundo. Tenho asas no lugar de pés. É bem verdade que outras paisagens me chamam e não pretendo resistir, no entanto, hoje, redescobri a magia de um lugar em que insisto dar adeus, mas que por alguma razão não se cansa de me surpreender.