sábado, 13 de dezembro de 2008

Um dia muito especial


Prometi pra mim mesma colocar esse blog em dia até o final desse mês! Mas antes de continuar a contar minhas aventuras por terras européias eu não podia deixar esse dia passar desapercebido...

Dia 13 de Dezembro de 2008, lá em São Paulo a AIESEC Goiânia deixou de ser uma extensão e foi finalmente aclamada escritório oficial da AIESEC no Brasil. Para muitos pode parecer uma notícia boba, mas pra mim é um momento muito importante. Tô aqui do outro lado do mundo num mix de felicidade e tristeza. Explodindo de alegria pela notícia e triste por não estar presente pra ver mais esse sonho se tornar realidade.

A AIESEC Goiânia continua sendo uns dos melhores escritórios em performance na AIESEC Brasil. Eu sei que muitas pessoas nem vão se lembrar que eu comecei tudo isso, mas me sinto orgulhosa de ter construído algo tão grande e ter contribuido para mudanças positivas na vida de tanta gente. Inclusive na minha, a AIESEC mudou tudo!!! Me trouxe novos amigos, novos conhecimentos, me ensinou a sonhar alto e trabalhar duro pra alcançar meus objetivos.

Sozinha eu não teria feito nada, por isso aproveito a oportunidade para agredecer todas as pessoas que acreditaram no potencial de Goiânia e em especial meu time que trabalhou duro e continua aí entregando excelentes resultados! Valeu pela força minha gente!!!

Um abraço especial a todos os fundadores da AIESEC Goiânia!
Beijos saudosos!
Como tudo começou...

EB 2007



EB 2008/1

domingo, 23 de novembro de 2008

No frio das montanhas

Domingo 02 de novembro - Após 4 dias de muito trabalho no frio congelante da Via Del Sale eis que volto a Genova. Fui facilitadora no RIS - Regional Induction Seminar - uma conferencia voltada para capacitação de novos membros.
Faci Team working

Participaram da conferencia uma média de 40 delegados vindos 4 comitês locais do norte da Itália: Genova, Pavia, Torino, Pisa e ainda o grupo de interesse de Bozano. Como o próprio nome diz o RIS é um evento regional, portanto, acontece em diferentes partes da Itália. Por aqui rola um revezamento, cada ano um comitê diferente se responsabiliza por organizar o evento na sua região, esse ano o RIS norte foi preparado pela AIESEC de Pavia.

O RIS muito se assemelha ao nosso famoso Discovery Days no Brasil, especialmente no que se refere ao conteúdo da agenda, a energia do Conference Team e o empenho do OC. No entanto, a estrutura é um pouquinho diferente e foca muito em sessões interativas, especialmente em simulações de como funciona o trabalho na AIESEC.

Sessão AIESEC History

Foi uma experiência muito legal, reencontrei amigos, trabalhei com um time fantástico e aprendi muita coisa. Além disso, fiquei super satisfeita em ver Genova tão bem representada por uma delegação de 9 animados novos membros!Uhuuuuuuuu!!!

Work hard!

Play harder! Delegação de Genova

Global Village

Agora é hora de voltar pra casa e botar a mão na massa!

“Sou brasileira e não desisto nunca!”

Sexta-feira 24 de outubro - O escritório de Genova é um dos mais antigos da AIESEC Itália, possui recursos financeiros e uma infra-estrutura legal, só falta um “pequeno detalhe”: GENTE! Exatamente isso, quando cheguei por aqui encontrei um CL vazio sem nenhum membro ativo pra contar a história. E olha a ironia, na parede tem um certificado de melhor comitê local ganho em 1997. Me pergunto como um escritório que já foi tão bom pôde chegar a essa situação. Mas enfim, agora é hora de botar a mão na massa e fazer o escritório funcionar novamente.

Superando barreiras

O primeiro grande desafio foi realizar todo o recrutamento em duas semanas, o que implica em divulgação, palestras, dinâmicas e entrevistas. Éramos apenas eu e a Eleonora para realizar todo o trabalho. A Eleonora é uma guria da direção nacional da AIESEC Itália e também a coach responsável por Genova.


Foram dias desgastantes, dias de muito stress e muito choro. Pela primeira vez na vida eu não sabia como conduzir a situação, me sentia incapaz de entregar bons resultados. Para agravar a situação, ao contrário do que me disseram quando fui selecionada, os estudantes aqui em Genova não são muito adeptos do inglês. Eu compreendo muito bem o italiano, mas ainda não sou capaz de responder. Perguntava-me todos os dias: Meu Deus o que é que eu estou fazendo aqui?Me dá uma luz!!!



“Foco na solução!” O negócio foi recobrar a calma e focar na solução. Com certeza se você é um Aieseco já ouviu essa frase antes. Vai por mim, funciona! Ao final dos 15 dias tivemos 45 estudantes que se aplicaram no Processo Seletivo dos quais 18 foram selecionados. Detalhe membros de 7 países diferentes: Brasil, Argentina, Hungria, Itália, Albânia, Equador e Marrocos.
AIESEC Genova 2008 ready for the revolution!

Descobrindo o lado de cá

Domingo 12 de outubro – Eis que finalmente desembarco em meu destino final: Genova, situada ao norte da Itália às margens do Mediterrâneo. Coincidência ou não cheguei por aqui num dia muito especial.

Em 12 de outubro de 1492, um certo genovês chamado Cristóvão Colombo chegou as Américas pensando ter alcançado as Índias. Colombo não aportou nas tão sonhadas terras indianas, mas sim em um novo continente. Graças à sua ousadia, exatos 516 anos depois pude eu cruzar o Atlântico no sentido contrário e tenho agora a chance de explorar os mistérios do lado de cá.




Casa do Colombo

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Conferencias

Domingo 05 de outubro – Como todas as conferências da AIESEC o EBC 2008 passou voando, quando me dei conta já estávamos no último dia. O EBC é uma das 6 conferências nacionais da AIESEC na Itália e significa Executive Body Congress.




Para mim foi um momento muito especial não só por se tratar da minha primeira conferência em solo italiano, mas porque foi o momento em que conheci os presidentes dos comitês locais com quem vou trabalhar e passei a me sentir novamente parte de um time.


Presidentes dos comitês locais da AIESEC Itália

Diferente das gigantescas conferências nacionais que estamos habituados no Brasil, por aqui elas são bem menores, no EBC havia pouco mais de 100 delegados. Apesar de ser composta por 21 comitês locais a AIESEC Itália enfrenta dificuldade no crescimento da membresia. Os maiores comitês são compostos por 28 membros, cheguei a conhecer escritórios com apenas 5 pessoas.


Os números podem ser diferentes, mas a paixão e a dedicação pela AIESEC são as mesmas e isso me fez sentir bem mais segura para encarar os desafios que tenho pela frente.



É incrível como as conferências da AIESEC conseguem conectar pessoas de forma tão intensa num espaço tão curto de tempo, não foi à primeira vez em que me vi refletida nos olhos de outra pessoa e em que pude compartilhar experiências valiosas.



Construindo o futuro

Para aqueles que ainda não sabem, estou na Europa porque fui selecionada pela direção nacional da AIESEC da Itália para gerenciar por seis meses o comitê local da AIESEC em Gênova.

Ok. Mas o que é essa tal de AIESEC?

Reconhecida pela ONU como a maior organização de estudantes do mundo, a AIESEC é uma rede global formada por jovens universitários e recém-graduados, que, por meio do trabalho dentro da organização e de intercâmbios profissionais, estimula a descoberta e o desenvolvimento do potencial de liderança de seus membros para que impactem positivamente a sociedade. Hoje a organizaçao està presente em mais de 1.100 universidades, em mais de 100 países e territórios.

Pode parecer meio utopico mas funciona!!! Nos quase dois anos que estou na AIESEC tive a oportunidade de gerenciar uma equipe de atè 65 pessoas, visitar diversas empresas, participar de 6 conferencias nacionais no Brasil e uma na Itàlia, facilitar sessoes durante eventos, organizar junto com um super time um congresso internacional e conhecer gente dos 5 continentes.

Congresso Internacional 2008- São Paulo- Brasil


A AIESEC nasceu na Europa em 1948 e nesses 60 anos de existencia mudou a vida de muita gente, conectou jovens do mundo todo por meio de sonhos em comum e de muito trabalho em equipe. Somos hoje 28.000 membros espalhados pelo globo e apesar das nossas diferenças culturais falamos a mesma lingua e acreditamos que valhe mesmo a pena tentar mudar a realidade ao nosso redor.

Se interessou?Ficou curioso? Dà uma espiadinha no site: http://www.aiesec.org/

Ps: gente ta tudo sem acento por causa do teclado italiano viu!Aqui nao tem o tiuuuu!!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

De trás pra frente


Domingo, 27 de setembro - Após uma noite contorcida dividindo a cabine do trem com mais cinco pessoas abro os olhos e avisto pela janela nada mais, nada menos do que a beleza do Mediterrâneo. Para quem não via o mar há 4 anos aquele foi um momento bem peculiar, mas era apenas o começo de uma série de fatos que fariam daquele dia um dos mais longos que já vivi.


Estávamos a caminho da Catania, uma cidade localizada ao sul da Itália, famosa por abrigar o vulcão Etna. Saindo de Milão foram necessárias 16 horas de trem, mais meia hora de barco e ainda uns 40 minutos de carro pra chegar ao centro da referida cidade. Acrescentemos ao trajeto o peso da bagagem e o resultado final são viajantes exaustos e famintos.

Enquanto o pessoal da direção nacional da AIESEC organizava os últimos detalhes da conferência eu supostamente estaria livre para descansar, mas as coisas não aconteceram exatamente nessa ordem.

O Roberto, também aieseco, se ofereceu pra me levar na casa em que ficaria hospedada. Como todo bom anfitrião se dispôs a me mostrar antes o centro histórico da cidade. Pensei comigo, porque não? São 5 da tarde, estou cansada mais ainda é cedo pra dormir.

O pequeno passeio se estendeu noite adentro, com direito a chuva e engarrafamento na estrada. Fomos parar em Bronte, uma cidade ao pé do Etna distante 1h30 da Catania. Motivo, visitar o Festival do Pistache. Detalhe, ninguém tinha comentado sobre esse “programinha básico”, a essa altura eu estava extremamente cansada, com fome, frio e vontade de esganar alguém.

Pizza, doces, sorvete, macarrão, crepe, salsinha, café... Tudo feito com pistache. Apesar de exóticos os pratos eram bem saborosos. Depois de experimentar algumas iguarias recobrei o bom humor, afinal não é todo dia que se visita uma feira cuja atração principal é essa coisinha verde chamada pistache.

Meia-noite e meia estávamos novamente no centro da Catania. Quando tudo indicava que finalmente eu estava indo pra casa me apresentaram Johari, um aieseco ainda mais elétrico que o primeiro. Já deu pra sacar que o dia não acabaria ali né?! Mas como se diz na minha terra: pra modo de encurtar essa prosa, vale ressaltar que a derradeira parada foi em um clube de salsa no qual ficamos a bailar até sei lá que horas, a essa altura já havia desistido de acompanhar o relógio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Primeiros passos em terras italianas


Após algumas muitas horas dentro de aviões, trens, carros e ônibus encontro finalmente um tempinho para colocar os acontecimentos em dia. Aos amigos que tanto tem se preocupado comigo peço desculpas pelas notícias tardias.
Há exatos 15 dias desembarquei em terras italianas e de lá pra cá tenho vivido um turbilhão de coisas e experimentado todo tipo de sensação. Atravessei a Itália de norte a sul e conheci mais gente do que minha capacidade de decorar nomes.
As diferenças culturais entre as regiões são enormes, a começar pelos hábitos alimentares...Uhum!!! Ganhei alguns quilinhos na minha passagem pela Sicília, mas isso merece um capítulo a parte, prometo maiores esclarecimentos em breve.
Fui muito bem recebida por aqui, o pessoal da AIESEC tem feito de tudo pra que eu me sinta o mais confortável possível principalmente em relação ao trabalho que irei desenvolver.
Por mais estranho que pareça nem mesmo cheguei ao meu destino final. Desembarco em Gênova no próximo domingo! Até lá sigo trabalhando na casa da direção nacional da AIESEC na Itália localizada a alguns poucos passos do Estádio do Milan, em Milão.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

De malas quase prontas

“Em casa, cercado de todas as informações, de todas as telas, já não estou em parte nenhuma, estou em todos os lugares do mundo ao mesmo tempo, estou na banalidade universal. Essa é a mesma em todos os países. Aterrar numa nova cidade, numa nova língua estrangeira, é encontrar-me de repente aqui e em nenhum lugar. O corpo reencontra seu olhar. Liberto das imagens, ele reencontra a imaginação.” Baudrillard

Espero ainda reencontrar minha imaginação muitas e muitas vezes ao longo da vida, nos mais diversos destinos e situações.
Hoje eu a reencontrei de uma forma especial, olhando pela janela do meu quarto. Do lado de fora o céu azul entrecortado por nuvens esparsas e as quaresmeiras com suas tímidas flores ainda em início de primavera. Passei alguns minutos apenas observando. É estranho imaginar que em pouco mais de 24 horas já não mais será essa paisagem que verei todas as manhãs.

Muita coisa aconteceu nos últimos dois anos: terminei as faculdades, visitei a Bolívia, escrevi um livro, conheci a AIESEC, fundei um escritório, viajei... Arrumei as malas tantas vezes que daria para perder a conta. Mas em cada destino vivi experiências tão únicas e encontrei pessoas tão especiais que é impossível esquecer até mesmo dos pequenos detalhes.

Alguns dizem que sou muito corajosa em sair sozinha por esse mundo a fora, uma maneira educada pra não me chamarem de louca mesmo. Nessas andanças descobri que existem mais loucos dessa espécie do que a maioria das pessoas pode imaginar. Talvez meu tico e teco não funcionem bem, ou pelo menos de uma forma convencional. Se me falta juízo sobra vontade e disposição pra batalhar pelos sonhos. Sonhos pequenos, grandes, fáceis, outros nem tanto, coloridos, escancarados, secretos. Sonhos... pra mim são nada mais que o primeiro passo para muitas realizações.